terça-feira, agosto 02, 2005

Senão


O Corvo e o Pavão

(fábula de Esopo recontada por Monteiro Lobato)

O pavão, de roda aberta em forma de leque, dizia com desprezo para ocorvo:

“Repare como sou belo! Que cauda, hein? Que cores, que maravilhosa plumagem! Sou das aves a mais formosa, a mais perfeita, não?”

“Não há dúvida de que você é um belo bicho”, disse o corvo. “Mas, perfeito? Alto lá!”

“Quem quer criticar-me! Um bicho preto, capenga, desengraçado e, além disso, ave de mau agouro... Que falha você vê em mim, ó tição de penas?”

O corvo respondeu:

“Noto que para abater o orgulho dos pavões a natureza lhe deu um par de patas que, faça-me o favor, envergonharia até a um pobre diabo como eu...”

O pavão, que nunca tinha reparado nos próprios pés, abaixou-se e contemplou-os longamente. E, desapontado, foi andando o seu caminho sem replicar coisa nenhuma.

Tinha razão o corvo: não há beleza sem senão.

3 Comentários:

Blogger Ozéas disse...

Tá ficando bonito esse Blog em!!!
Já tem imagens :-))

11:37 PM  
Blogger Elaine disse...

Ozeas tem razão. Tá ficando ótimo!

6:32 PM  
Anonymous JAQUELINE disse...

CONCORDO COM OSÉIAS.BJS...TE AMO OSÉIAS EU ACHO VC LINDO

2:21 PM  

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial