terça-feira, setembro 27, 2005

Velha é a sua avó

Êita, saudade que dá! Pra chorar eventualmente, de saudade ou de tristeza ...
O tempo vai passando e, com a exceção da Vera Fischer, todos nós estamos envelhecendo. E podemos descobrir isso de uma forma bem banal. Afinal de contas, é chocante o fato de que alguns calouros de faculdade do ano 2000 nasceram no improvável ano de 1982.
Portanto:
- Eles não têm a mínima idéia de quem foi Tancredo Neves e mal ficaram sabendo que ele morreu antes de assumir a presidência.
- Eles estavam na pré-puberdade quando aconteceu a Guerra do Golfo.
- Viram um único Papa em toda a sua vida.
- Eles se recordam do nome de dois presidentes da República, no máximo.
- Eles tinham 12 anos quando a União Soviética se dissolveu e não se lembram da Guerra Fria.
- Atari é algo que não existiu para eles.
- A expressão "isso soa como um disco quebrado" não tem nenhum significado, uma vez que eles sequer conheceram os discos de vinil e muito menos sabem que os mesmos ainda existem.
- Nunca jogaram Pac-Man.
- Relógio e calculadora da Cassio e joguinhos de corrida são uma vaga lembrança para eles.
- Caloi 10, BMX, Pantera e Monark (com freio a tambor e, muitas vezes, com contra pedal) são peças de museu do seu irmão mais velho.
-Sempre ouviram falar de secretária eletrônica, a maioria nunca viu uma TV só com 13 canais e provavelmente nunca estiveram frente a frente com um televisor preto e branco, muito menos da marca Telefunken.
- Nem imaginam o que é um videocassete da National e, para eles, Mitsubishi é apenas uma marca de carro, não de televisão.
- Luciana Vendramini já virou um senhora de "30 anos".
- Os desenhos mais recentes para nós, tais como Thunder Cats e He-Man, Balão Mágico, não fizeram parte de suas infâncias.
Não têm a menor idéia do que é o Palácio da Justiça dos Superamigos.
- Os grupos RPM e Nenhum de Nós são da década de 80 e não passam de meros estranhos. Aliás, a década de 80 é algo distante em sua lembranças.
- Nunca experimentaram calçar um Bamba, Kichute ou Montreal (aquele que o Sílvio Santos sorteava no Domingo no Parque).
- O Gol GTS 1.8 ou GTI 2.0 nem o Escort XR3 nunca foram sonhos de consumo deles na adolescência.
- Michael Jackson para eles, sempre foi branco.
- O esporte "Morey Boogie" foi substituído pelo Bodyboard.
- Pergunte a eles o que é uma bala Boneco ou bala Banda, ou até mesmo o Pirocóptero, ou o Diplink (que vinha com pozinho para grudar no pirulito).
- Não assistiram ET no cinema e suas férias nunca foram recheadas com "Sessão da Tarde Especial", com filmes dos Trapalhões (nesta época a Xuxa não participava dos filmes e eles eram engraçados).
- Sempre tiveram videocassete e nunca ouviram falar em formato "betamax".
- Beber Gini, Grapete e comer paçoquinha Amor não faz parte da infância deles.
- A febre da "Promoção IO-IO" da Coca-Cola nunca existiu.
- Nunca tiveram o prazer de colecionar mini-garrafinhas de refrigerante com o logotipo escrito em árabe, russo e japonês.
- Nem o estilingue do Toddy.
- Já nasceram com um walkman nos ouvidos e sempre comeram pipoca de microondas.
- Seus patins sempre foram in line.
- Nunca ouviram falar dos aviões da PanAm.
- Nunca viram o Zico jogar e o Sócrates é apenas o irmão mais velho do Raí.
- Não choraram quando a França tirou o Brasil da Copa de 1986 nos pênaltis.
- Não ouviram Menudos e New Kids on the Block no rádio.
- Não se importam com quem matou Odete Roittman e nunca assisitiram Perdidos no Espaço, Sítio do Pica-Pau Amarelo, Ilha da Fantasia e O Elo Perdido.
- Jamais comeram um Big Mac que tenha vindo em embalagem de isopor.
- John Travolta é o ator de "A Outra Face" e não de "Os Embalos de Sábado à Noite" ou "Grease".
- Nem imaginam que Ronald Reagan foi ator. Aliás, nem devem saber quem ele foi depois.
- Nunca viram programas de computador em Cobol, Basic, nem Assembler.
- Disquetes de 5 com capacidade de 1.2Mb e de 360Kb nunca existiram para eles. Muito menos os de 8 polegadas. - "O que é DOS e como eu executo ? " é uma pergunta bastante frequente para eles.
- Para eles, a Vovó Mafalda virou a mãe da brega-star Beth Guzzo.
- Nunca viram o programa do palhaço Bozo.
- Nunca viram Sala Especial e jamais ficavam assistindo o Fantástico para babar pelas "Garotas do Fantástico".
- Jamais puderam brincar, nos domingos de manhã, com o Sílvio Santos apresentando o quadro de sentar na cabine e responder SIIIIIIIIIIIIM ou NÃÃÃÃÃÃÃO quando acendia a luz vermelha e ele pedia para trocar um automóvel por uma caixa de fósforo usada.
- Nunca viram na TV a sensacional batalha musical entre o Ovelha e o Trio Los Angeles.
- Nunca viram Dominó, Polegar, e Jane Duboc no Viva a Noite (viva!viva! viva!).
- Não assistiram o Jogo da Velha no faustão no dia em ele chamou ao palco o Placa Luminosa, Roupa Nova, Heróis da Resistência, Uns e Outros ou o Nenhum de Nós.
- Nem dançaram a lambada do Beto Barbosa.
- Preciosidades: Guaraná Skol, Fanta Limão, groselha vitaminada Milani, Chaveiro de borracha da K&K em forma de pé-de-pato (um clássico); Sessão Western logo depois do Jornal Hoje de sábado; Sessão Aventura (Panteras, Hulk, Casal 20 e manimal); Transformers, Robô Gigante, Família Barbapapa, Agente 86, Corrida Maluca, Caverna do Dragão, Patati-Patatá, Patotinhas de patins.
-Mais preciosidades: Ferrorama, Autorama, Lu-Patinadora, Cubo Mágico, Playmobil, brinquedos de montar Revell, Forte Apache, Fofolete, Geleca, Mão-Biônica, Genius, Sugus, bala Juquinha (que grudava no papel e você comia assim mesmo), Ki-Suco campestre, geléia de mocotó Colombo, Bala Zequinha, propaganda do Pudim Royal. Régua tabuada, caneta 10 cores, Relógio Champion com várias pulseiras, relógio Casio com joguinho da pirâmide. A Fantástica Fábrica de Chocolate, Skylab, Amar É..., revista do Pelezinho, Almanaque do Escoteiro Mirim, Pateta nas Olimpíadasm
- A febre da "Promíadas", discos coloridos com infantis, sandália Melissa, cineminha portátil (aquele que girava a manivelinha).
- Nunca assistiram aos domingos no Fantástico o resultado da Loteria Esportiva apresentado pela Zebrinha (Deu zzeeebbbrrraaa!!! ó eu aqui de novo!!!)
- E pra terminar, nunca ouviram: "Depois de um sono bom a gente levanta, toma aquele banho, escova os dentinhos... e na hora de tomar café, é café Seleto, que a mamãe prepara com todo carinho, café Seleto tem sabor delicioso, cafezinho gostoso...café Seleto, café Seleto.... " e nenhuma de suas versões mais desbocadas.
- Vocês se lembram ? - Também não se lembram do Balão Mágico com a Simony, Jairzinho, Cascatinha. Você comprava o disco deles (de vinil, é claro!) e vinha um carrossel para montar, aí a gente colocava em cima do disco e aquilo ficava girando e a criançada delirava...
- E a famosa Armação Ilimitada antes da Sessão da Tarde ??? Estrelando a Zel, o Juba, o Lula e o Bacana...
- Lembra do sorvete em formato de tubarão ?? Tinha de morango e maçã verde, era ruim que nem o cão, mas nós ADORÁVAMOS!!! É galera....... estamos ficando velhos...
A propaganda que eu mais gostava era...
Cre, cremo, cremo, cremo, cremogema
é a coisa mais gostosa desse mundo
a mamãe quer sempre
o melhor pra gente
Cre, cremo, cremo, cremo, cremogema

sexta-feira, setembro 23, 2005

Estou estudando loucamente. Saiu o concurso que eu queria, faltam oito semanas, é contagem regressiva. Todo tempo está sendo dedicado ao estudo. São cinqüenta e uma vagas, digo cinqüenta vagas, porque essa uma é minha, a ainda o agravante de cinco mil candidatos tremendamente preparados. Coisa pouca, mole pra gente.
Espero voltar logo para minha higiene mental. Mas a grana está cada vez mais curta e tenho que garantir o leitinho das crianças, tenho que toma vergonha e estudar muito, a concorrência é enorme. Não dá para brincar agora. Mesmo assim, sempre que sobrar um tempinho visitarei os blogs dos amigos.
Um grande beijo a todos.

quinta-feira, setembro 15, 2005

História pra boi dormir


Como se não bastassem às mentiras já contadas. Depois de negar veementemente a existência do cheque, agora que o dito apareceu, Severino Cavalcanti quer provar que o empresário Buani não passa de um agiota. O cheque apresentado ontem, por acaso, tem um valor anotado de R$ 600,00 no verso, este seria o valor do empréstimo, e que o valor de R$ 7,5 mil descontado é referente aos juros cobrado. O Presidente da Câmara do Deputados vai alegar que Sebastião Buani era um agiota e emprestou dinheiro a juros para Severino usar na campanha de seu filho já falecido. Cada hora, uma mentira nova.
Só existe palhaço porque tem platéia para aplaudir.

quarta-feira, setembro 14, 2005

Habeas Corpus

Diante de tanta CPI’s. É Parlamentar sendo investigado com habeas corpus preventivo. É ex-prefeito com dois habeas corpus sem o devido mandato. Afinal de contas, o que é esse tal de habeas corpus? E como se escreve?

1) Trata-se de expressão latina, composta pela segunda pessoa do singular do presente do subjuntivo do verbo "habere" ("habeas") e do substantivo "corpus", com o sentido etimológico de ande com o corpo, ou tenha o corpo.
Ex.: "O mais triste das prisões políticas é que quando o advogado consegue o 'habeas corpus' para o seu cliente, já não há mais corpo".
2) Historicamente, são as primeiras palavras de uma lei inglesa, editada logo após a outorga da Magna Carta, em 1215, por João Sem Terra, a qual concedia a qualquer vassalo inglês o direito de aguardar o julgamento em liberdade, sob fiança.
3) Configura, atualmente, instituto jurídico consagrado entre nós pelo art. 5º, inciso LXVIII, da Constituição Federal de 1988, o qual tem por precípua finalidade a defesa da liberdade de locomoção, "quando a esta não se oponha a justeza da privação da liberdade, como medida de punição disciplinar ou para cumprimento de sanção penal".

4) Ensina Vitorino Prata Castelo Branco que essa medida, tal como prevista na Constituição de 1891, "tinha sentido mais amplo, não tutelando apenas o direito de locomoção, como ocorre com o art. 5º, LXVIII, do texto constitucional de 1988".
5) Apenas para ilustração histórica, a restrição atual talvez possa ser justificada com a explicação de que outros direitos que escaparam ao regramento desse instituto passaram a ser tutelados pelo mandado de segurança, instituído entre nós no início do século XX.
6) Por se tratar de expressão latina, obrigatório é o uso das aspas, negrito, itálico, sublinha ou grifo indicador de tal circunstância, além de proibida a utilização de acentos gráficos e de hífen, que não existiam no idioma original.
7) Não se olvide, nesse sentido, a lição de Edmundo Dantès Nascimento de que expressões como essa não eram hifenizadas em latim, razão pela qual "não o podem ser em língua nenhuma", acrescentando tal autor que, "para quem pretende grafar escorreitamente não é permitido o hífen em expressões do latim clássico".
8) Diversa, estranha e equivocadamente, todavia, José de Nicola e Ernani Terra, a par de asseverarem a ausência de acento, por se tratar de uma expressão latina, pela mesma razão observam que "deve ser sempre grafada com hífen".
9) Com a mesma estranheza deve ser recebido o registro do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, da Academia Brasileira de Letras, órgão incumbido oficialmente de determinar a existência dos vocábulos em nosso idioma, além de sua grafia oficial, o qual, muito embora registre a expressão como pertencente ao idioma latino e a escreva sem acentos gráficos, apresenta seus termos unidos por hífen.
10) Pela simples razão de que se trata de expressão latina e de que não havia hífen na língua originária, o melhor é seguir o ensino de Domingos Paschoal Cegalla, o qual, após observar que "não há consenso quanto ao uso do hífen nesta expressão latina", realça que "é preferível dispensá-lo".
11) Acrescente-se que, nas palavras e expressões latinas, as vogais, mesmo no fim das palavras, hão de ser pronunciadas claramente, até para se evitarem confusões quanto à flexão das declinações; assim, diga-se ábeas, e não ábias, e córpus, e não corpos.
12) As mesmas observações valem para expressões similares, como "habeas data".
13) Para levar para o plural, em português, a mencionada expressão, basta pluralizar o artigo ou palavra que a ela se refere:
a) os "habeas corpus";
b) "habeas corpus" preventivos. Pelo próprio significado da referida expressão (que tenhas o corpo), vê-se que não faria sentido pluralizar no vernáculo os termos da expressão (que tenhais corpos). Reafirme-se, portanto, o plural: os "habeas corpus", e não os "habeatis corpora"
José Maria da Costa

Checando o cheque

O advogado de Buani, Sebastião Coelho, diz que o cliente recebeu inúmeras propostas para não apresentar o cheque. Para justificar que não houve "acerto", o advogado disse que Buani dará o número de sua conta-corrente, pedindo dinheiro a todos os brasileiros para pagar suas dívidas.
Numa cena inusitada, Buani - com sua jovem esposa ao lado, tendo um brasão da Polícia Federal atrás e com terno muito bem cortado - fez uma oração pedindo que Deus ajude o Brasil.
Depois do suspense, com mais choro, o cheque. O documento teria sido descontado pela secretária particular de Severino Cavalcanti, Gabriela Kênia S. S. Martins.

Severino por um cheque

Em todo caso, há necessidade de mais alguns dados. Ocorre que ontem, de posse do cheque, Sebastião Buani desapareceu. Como se trata de uma cópia de uma microfilmagem, convém que a PF solicite - depois de autorização do Judiciário - a cópia diretamente ao banco. Confiável nesse caso só o Bradesco, instituição seriíssima, que tem a conta de Buani. Após a confirmação do cheque, ainda há mais para se apurar.

"Nós enforcamos os ladrõezinhos e indicamos os grandes ladrões para cargos públicos"
Esopo

segunda-feira, setembro 12, 2005

Livros


Detalhe para o Título do Livro. Boa Leitura Presidente.
Enviado por email.

quinta-feira, setembro 08, 2005

Moto

Com o trânsito da cidade cada vez mais lento e complicado, a via em duas rodas se torna uma alternativa muito atraente. Dados do Detran mostram que o número de motocicletas no Rio subiu de 83.755 em 2001, para 115.351 este ano. Na verdade, sempre fui apaixonada por motos. Desisti daquela festa cafona de quinze anos, peguei o dinheiro em troca e apareci em casa com uma motinha. Meu pai caiu para trás. Tanto perturbou que fui obrigada a vender-la (snif-snif).
Agora sim. Com o meu próprio dinheirinho, comprei meu brinquedinho – digo, sou consciente, LEVO MUITO A SÉRIO, não dá para fazer estripulias, se cair, machuca, faz dodói e de vez em quando pode até matar. No trânsito, responsabilidade total.
Mas uma estradinha de barro para brincar, não faz mal a ninguém. Olha a bichinha aí como está suja.
E num domingo de sol então... nada como um passeio de motocicleta.
Se chover, molha. Não tem como correr. Alias, diminua a velocidade. Também é bom pegar uma chuvinha às vezes, lava-se a alma.
Essa casa é um alambique de 200 anos, ainda conservado, funcionando e todo artesanal. Vale a pena conhecer. Fica em Minas Gerais, próximo a cidade de Tiradentes.
Tá estressado? Viaje de moto!

quarta-feira, setembro 07, 2005

Sistema Prisional

Resposta ao texto publicado no blog do Ozeas, indicado no link ao lado.
Superlotação das cadeias do Rio de Janeiro.
Que é um absurdo todo mundo sabe.
Não vou entrar no mérito da discussão sobre o papel da prisão – qual seja o principal motivo alegado – reintegrar o preso a sociedade. Mas fracamente não há nenhum tipo de incentivo por parte do Estado em socializar o custodiado. Ademais, não adianta o Ministério Público ficar entrando cada vez mais com Ações Civis Públicas pedido a transferências de presos de carceragens superlotadas. Carceragens com capacidade de 30 presos possuindo 160. Ou como é o caso da Polinter, no seu texto postado. NÃO TEM PARA ONDE IR. É transferir o problema de lugar. Acompanho 16 processos de pedidos de transferências de presos no interior do Estado do Rio de Janeiro. Se formos atender a legislação pertinente a Execução Penal, não há uma penitenciária no Rio de Janeiro que obedeça tais normas. Espero que esteja errada. Mas, pelo menos as carceragens que abrigam presos ainda sem o transito julgado, todas desrespeitam as normas. O problema não está na direção da carceragem, mas sim no interesse do Estado. Nesses processos que acompanho quando há uma decisão determinando a transferência de presos de municípios do interior, delegacias lotadas, quando muito, são enviados a própria POLINTER, que de fato também se encontra em situação pior. O governo liberou uma verba gorda de 51 milhões para a construções de 5 novos estabelecimentos prisionais. Só que esse crédito foi liberado em 2000 e, que eu saiba somente foi construído uma carceragem em Volta Redonda. O problema é gravíssimo. A cadeia lotada trás riscos a população e aos próprios detentos, uma bomba relógio, preste a explodir a qualquer hora. De acordo com a Constituição, mesmo que eles tenham cometido algum crime lhes é assegurando o mínimo – a dignidade da pessoa humana. Ainda na Constituição, que é uma norma garantista, ela busca sempre proteger o débil. Por exemplo, o cidadão é constrangido com grave ameaça de seu patrimônio, o Estado vem protege-lo com as normas sancionadoras em face ao autor do delito. Nessa hora o criminoso é pessoa mais forte. Então o Estado vai encima deste para proteger o mais fraco que é a vítima – o débil. Quando o sujeito é preso ele se torna o mais fraco (agora o débil é o acusado), até porque se o Estado quiser usar toda a sua força para punir o criminoso, não sobrará nada dele. Nessa hora o Estado é o todo poderoso. Diante disto, a lei que acusa o criminoso é a mesma que o protege. E tem que ser assim, senão o Estado passa ser autoritário, sem limite. O Estado tem sim que garantir a integridade física do preso e a sua dignidade. A grande celeuma é que preso não vota.

domingo, setembro 04, 2005

Ser Feliz


Tem horas que precisamos parar
Refletir
Pensar no verdadeiro sentido da vida
Para que estamos aqui
Qual é o nosso papel
Que missão devemos cumprir
Olhar para um lado
Olhar para o outro
Encher o peito
E gritar bem forte
DANE-SE
Estou aqui para ser feliz
Captar para a minha vida só as boas coisas
Ignorar as chateações
Rir
Gargalhar
Fazer o que me dá prazer
Que os meus olhos vejam somente o lado bom
Ter a inocência de acreditar SEMPRE que o bem vence o mal
Segunda-feira início de semana
Dia de parar de fumar
Dia de procurar um emprego
Dia de começar a dieta
Dia de malhar
Dia de arrumar um novo amor
Nem que esse amor seja eu
Dia de renovação
Todo dia é dia de renovação
Basta querer
Vida nova
Ser feliz

quinta-feira, setembro 01, 2005

No confessionário...
A garota vai se confessar, se ajoelha e vai falando ao padre:
- Padre, preciso que o senhor me perdoe pelos meus pecados...
- Conte seus pecados, minha filha.
- Eu sou noiva a 3 anos e vou casar a semana que vem. Ontem a tarde, encontrei um amigo do trabalho, ficamos conversando e depois ele me convidou para conhecer o apartamento dele, aí eu fui. E terminamos na cama, padre. Sabe, padre é que eu sou tão volátil...
- Volúvel, minha filha.
- Antes de ontem eu encontrei um amigo que não via há muitos meses, conversamos, fomos jantar aí ele me levou pra conhecer um motel novo que inauguraram. Eu fuie terminamos na cama, padre. É que eu sou tão volátil, padre.
- Volúvel, minha filha, volúvel...
- No dia anterior, eu ví um amigo meu lá no shopping, fui falar com ele, e conversa vai conversa vem ele me levou pro apartamento dele e terminamos na cama. É que eu sou tão vo... Como é mesmo a palavra, padre?
- Puta, minha filha, puta!

Rio

Repensando um pequeno texto que fala da suspeita de uma menina brasileira com o braço engessado revistada no aeroporto dos EUA.
Que a sociedade americana está mais neurótica do que nunca com essa estória de terrorismo, isso ninguém nega.
Sei que lá na terra do Tio San, se você quiser dar uma voltinha na rua à noite, uma simples caminhada, com certeza você pode. Seu direito de ir i vir está assegurado. Mas, não tarda e aparece uma viatura policial lhe aborrecendo, pergunta aonde vai, o que pretende, por que está em frete a casa dos outros.
Por certo algum vizinho bisbilhoteiro, olhou pela janela e viu um sujeito suspeito e chamou a polícia.
Pois é, lá a polícia é eficiente, menos corrupta, os vizinhos tomam conta da sua vida. Pelo menos é isso que nos vendem.

Visualizo uma senhora olhando pela janela de sua humilde casa na favela e vê seu vizinho agindo de maneira suspeita (com uma metralhadora na mão), resolve ligar para o polícia. O que vai acontecer? Qualquer caso semelhante é mera coincidência.

Morava em Vila Isabel e estudava na Tijuca. Perto da minha escola tinha uma rua que terminava na subida da Floresta da Tijuca. Um lugar totalmente arborizado, fresquinho, e no final desta rua tem uma praça cheia de escultura de cimento em forma de bichos. Do lado desta praça tinha um rio que descia da Floresta, neste ponto a água ainda era limpa e cristalina (tudo bem que desemboca no Rio Maracanã, virando aquele esgotão), mas lá encima o rio ainda não era contaminado.
Costumava sair da escola e antes de ir para casa passávamos nesta rua para conversar, atitude de qualquer adolescente normal.
Apesar da rua não ser um condomínio fechado, os moradores colocaram uma guarita com cancela na entrada da rua e contrataram seguranças. Não tiro a razão deles, mesmo sendo uma área nobre da Tijuca, o bairro já sofria as conseqüências da violência do morros próximos.
Num dia deste de verão, um calor absurdo, saí mais cedo da aula e fui com um amigo na pracinha. Lá tive a brilhante idéia de tirar o tênis e sentar próximo ao rio e colocar os pés na água. Que delícia a água estava geladinha, o local era super agradável.
Não demorou muito apareceu um homem se dizendo segurança da rua e pediu para que saíssemos de lá, dizendo que era um local perigoso e que num dia anterior tinha prendido garotos com drogas. Não estávamos num local afastado, do banco da praça dava para ver perfeitamente o rio. Não usava uniforme, pois já estava no primeiro ano do segundo grau, mas mostrei a ele minha carteirinha escolar, uma escola conceituada do bairro, mesmo assim ele foi irredutível e disse que era proibido ficar ali. Não entendi, a praça é pública, o rio é público, mas obedeci. Só falei que iria calcar o tênis. Antes de terminar de calçar o sapato o homem voltou, desta vez transtornado, veio com uma arma na mão berrando: “já mandei sair”, e apontou a pistola para minha cabeça, só escutei o clak-clak. Fiquei apavorada, devia ter 16 anos na época. Nem amarrei o tênis e fui descendo sem olhar para trás. Meu amigo ficou indignado e começou a discutir me defendendo. Tolinho. Chegando perto da guarita, o homem pegou um pedaço de pau e começou a bater no meu amigo. Como tinha ficado quieta, desde do início sem a menor reação, o louco nada fez comigo. De longe via aquela cena de horror e os moradores iam aparecendo e não se comoviam. O coitado apanhou igual um bandido. Quando acabou a seção violência fomos direto para casa dele, que era mais próxima e ligamos para nossos pais. A mãe dele era advogada e ainda sondou quem era aquele sujeito. Descobriu que era um policial que fazia bicos como segurança clandestino. Resultado, a coroa disse que nada podia ser feito. Mexer com policial era arriscado e nunca se sabe a represaria que poderíamos sofrer. A estória acabou. Nada aconteceu, só me restou o trauma. Impunidade. Durante muito tempo achava que todo policial era como aquele louco desvairado, não chegava nem perto.
A vida é mesmo engraçada. Vim a estudar direito, tive aulas com delegados super competentes, colegas de turma policiais, igualmente pessoas íntegras, esforçadas, buscado algo de melhor para suas vidas. Fazendo-me enxergar que nem todos são iguais. Existem policiais do bem e para o bem.
Só que a televisão a cada dia nos mostra aquela realidade cruel. Escutas telefônicas envolvendo policiais corruptos negociando com traficantes. Cúmplices de crimes ou até mesmos autores.
Meu consolo é que esses crimes estão sendo desvendados e os culpados punidos. Mas ainda tem muito que ser investigar. Estamos longe de uma solução.
O que não pode é continuarmos a viver nesta cidade tão maravilhosa com essa violência devastadora. A polícia é necessária, precisamos dela. Manter a ordem e a tão sonhada paz social.