Senão

O Corvo e o Pavão
(fábula de Esopo recontada por Monteiro Lobato)
O pavão, de roda aberta em forma de leque, dizia com desprezo para ocorvo:
“Repare como sou belo! Que cauda, hein? Que cores, que maravilhosa plumagem! Sou das aves a mais formosa, a mais perfeita, não?”
“Não há dúvida de que você é um belo bicho”, disse o corvo. “Mas, perfeito? Alto lá!”
“Quem quer criticar-me! Um bicho preto, capenga, desengraçado e, além disso, ave de mau agouro... Que falha você vê em mim, ó tição de penas?”
O corvo respondeu:
“Noto que para abater o orgulho dos pavões a natureza lhe deu um par de patas que, faça-me o favor, envergonharia até a um pobre diabo como eu...”
O pavão, que nunca tinha reparado nos próprios pés, abaixou-se e contemplou-os longamente. E, desapontado, foi andando o seu caminho sem replicar coisa nenhuma.
Tinha razão o corvo: não há beleza sem senão.
3 Comentários:
Tá ficando bonito esse Blog em!!!
Já tem imagens :-))
Ozeas tem razão. Tá ficando ótimo!
CONCORDO COM OSÉIAS.BJS...TE AMO OSÉIAS EU ACHO VC LINDO
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